A Crise de Saúde Mental da Geração Z e o Papel da Carência de Terceiros Lugares
Por Que Estamos Tão Desconectados?
Você já parou para pensar por que tantos jovens da Geração Z se sentem deprimidos, ansiosos e isolados, mesmo vivendo em um mundo hiperconectado? A resposta pode estar em algo que muitos de nós nem percebemos: a falta dos chamados “terceiros lugares” – espaços sociais fora de casa e do trabalho onde as pessoas se encontram, conversam e se sentem parte de uma comunidade.
Ei, será que a culpa é do “terceiro lugar”?

A Geração Z, formada por jovens nascidos entre 1995 e 2010, enfrenta uma verdadeira crise de saúde mental. Estudos mostram que cerca de 25% desses jovens relatam sofrimento emocional significativo, com altos índices de depressão e ansiedade. A pandemia só agravou esse cenário, ao limitar drasticamente os espaços de convivência presencial.
Mas o que são esses “terceiros lugares” que parecem tão importantes? O conceito foi criado pelo sociólogo Ray Oldenburg em 1989, que explicou que a vida social gira em torno de três espaços principais: o primeiro lugar (a casa), o segundo lugar (o trabalho ou escola) e o terceiro lugar, que são os ambientes comunitários onde nos conectamos com outras pessoas de forma informal e espontânea.
Esses lugares – como cafés, parques, bibliotecas, clubes ou mesmo praças – funcionam como verdadeiros “nós sociais” que fortalecem nossos laços humanos, aliviam o estresse e ajudam a construir nossa identidade. Sem eles, ficamos presos entre a pressão da vida doméstica e a rotina exaustiva do trabalho, sem um espaço para simplesmente ser e socializar.
Uau, mas por que isso afeta tanto a Geração Z?
A Geração Z cresceu em um ambiente digital, onde as redes sociais prometem conexão, mas muitas vezes entregam solidão e comparação constante. Apesar de estarem sempre “conectados”, esses jovens sentem falta de interações reais e significativas – aquelas que só um terceiro lugar pode oferecer.
Além disso, a instabilidade econômica e a precariedade do mercado de trabalho aumentam a ansiedade e o estresse, dificultando ainda mais a criação de rotinas sociais saudáveis. Sem um espaço para relaxar, trocar ideias e se sentir parte de algo maior, a saúde mental sofre.
Christian Bonnier, um jovem que viralizou nas redes sociais ao falar sobre esse tema, afirma que a ausência desses espaços sociais é uma das razões para a depressão generalizada entre seus pares. E não é só opinião: pesquisas confirmam que a falta de terceiros lugares está ligada ao aumento do isolamento social e dos transtornos mentais.
Quer mudar isso? Aqui está o que podemos fazer!
A boa notícia é que ainda dá para resgatar esses espaços e, com eles, a saúde mental da Geração Z. Investir em terceiros lugares acessíveis, inclusivos e acolhedores é fundamental para reconstruir o tecido social.
Empresas, por exemplo, já estão repensando seus ambientes para criar espaços que incentivem a convivência e o descanso, inspirando-se na teoria de Oldenburg. Cidades podem apostar em parques, bibliotecas e centros culturais que funcionem como pontos de encontro para diferentes gerações e grupos sociais.
Para os jovens, buscar ou criar esses espaços no seu bairro, escola ou trabalho pode ser um passo poderoso para aliviar o estresse e fortalecer vínculos. E para quem se sente preso ao mundo digital, vale lembrar que a verdadeira conexão acontece quando conseguimos olhar nos olhos, rir juntos e compartilhar momentos fora da tela.
Vamos agir?
Se você é da Geração Z ou convive com jovens dessa geração, que tal começar a valorizar e apoiar os terceiros lugares? Seja frequentando um café local, participando de grupos comunitários ou até mesmo criando um espaço de convivência em sua casa ou bairro, cada passo conta.
Além disso, é essencial apoiar políticas públicas que promovam esses espaços e incentivar conversas abertas sobre saúde mental, reduzindo o estigma e mostrando que cuidar da mente é tão importante quanto cuidar do corpo.
Vamos juntos transformar a solidão em conexão e a ansiedade em pertencimento. Porque, no fim das contas, a vida é feita dos encontros que temos fora de casa e do trabalho – nossos verdadeiros terceiros lugares.